segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Quando a internet estraga a criança

   Lucas escreve em seu blog, Lucas Oliveira e é presidente do JB.


Nos anos oitenta, quem tinha computador na casa, podia se considerar milionário. Internet então, nem imaginávamos ter. Mas os tempos mudaram e, coisas que as crianças da geração de hoje fazem, nós, na mesma idade não fazíamos nem 1%.

A tecnologia avança e junto, a mente de nossas crianças. É possível encontrar um pirralho de apenas 4 anos, fazendo coisas no computador que nós só depois de termos feitos cursos, conseguimos fazer.

Com esse avanço na tecnologia, a internet se transformou no maior parque de diversões disponível para todos, mas há um pormenor nessa “disneylândia doméstica”: cada vez mais sites que não prestam vêem invadindo o computador de todo mundo. Sites que não prestam e outros que são de grande utilidades.

A internet é o lugar ideal para as pesquisas escolares e é nesse lugar carregado de códigos html que a criança aprende coisas extremamente desnecessárias.

Em fase de crescimento, a criança está com sua mente aberta para aprender coisas novas e, com a internet à sua disposição, a probabilidade de aprender coisas ruins é bem maior que aprender coisas boas.

Com pais que não sabem dominar o computador nem se lembram – ou nem sabem –, que há uma configuração que se chama “filtro familiar” que a própria internet ou programas específicos oferecem. Esses filtros, visam bloquear sites pornográficos ou proibidos, tanto para as crianças como para os adolescentes.

Deve manter a criança longe da internet? De maneira nenhuma. Com todos esses pormenores a internet é, querendo ou não, um caminho de fácil acesso para o aprendizado. Só deve colocar limites para o uso das crianças. Jogar, pode sim, mas desde que tire uma hora para leitura ou pesquisas.

Afinal, de quem é a culpa?

Louise escreve em seu blog, Rosas Inglesas e é colunista do JB.
 

Por que somos tão dominados por essa estranha e infindável arte de culpar? Tudo tem uma causa, uma conseqüência e, é claro, uma culpa. Ninguém mais responde por si – para tudo há um culpado, e nós atacamos de Sherlock Holmes, lupas em punho, tentando desvendar o grande mistério da humanidade: quem é o culpado por tudo isto?

Isto o quê? Essa desordem, essa catástrofe, essa barbárie que não acaba nunca. Uns botam a culpa no aquecimento global. Esse aí, coitado, é o que mais sofre acusações, da professora de geografia ao leigo que mal lê o jornal. Claro, ninguém faz nada para parar o aquecimento global: ele é irreversível, inabalável, e a culpa é dele, só. Como se ele fosse uma força sobrenatural que se cria sozinha, e nós fôssemos a vítima. Não seríamos nós os pais do monstro?

E tem também o governo. Cada político ladrão. Cada absurdo escancarado. Cada cara de pau sem tamanho. Culpado. E foi o povo quem elegeu. Culpa do povo também. Ainda bem que não fazemos parte desse povo. Ainda bem que não fomos nós quem o construímos. Abdicamos de nossos direitos de cidadãos apenas para culparmos mais um.

E, finalmente, o grande culpado da vez: a crise mundial. Perdeu o emprego? Crise mundial. Gastou mais do que devia? Culpa da crise. Não pode viajar? A crise parou os aeroportos. A crise é vilã, e nós somos os mocinhos, correndo dela como loucos depois que provocamos sua fúria.

Escondemos nossa culpa nas próprias circunstâncias que criamos. E esses fantasmas as assumem, para que possamos nos livrar delas, até que possamos criar outra circunstância para culpar. E essa brincadeira de Sherlock Holmes continua, até que possamos perceber que estamos perseguindo nossas próprias caudas. Elementar, meus caros: a culpa é toda nossa.

 

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